domingo, 19 de outubro de 2014

                                           
                                                                                                  Por - Christine Brito

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O Primo Basílio (Renata)

“O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é a anatomia do caráter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos – para condenar o que houve de mau na nossa sociedade.” Eça de Queirós. 

O Primo Basílio é um romance de Eça de Queirós. Publicado em 1878, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX .
O autor, que já criticara a província em O Crime do Padre Amaro, volta-se agora para a cidade, a fim de sondar e analisar as mesmas mazelas, desta vez na capital: para tanto, enfoca um lar burguês aparentemente feliz e perfeito, mas com bases falsas e igualmente podres. A criação dessas personagens denuncia e acentua o compromisso de O Primo Basílio com o seu tempo: a obra deve funcionar como arma de combate social. A burguesia — principal consumidora dos romances nessa época — deveria ver-se no romance e nele encontrar seus defeitos analisados objetivamente, para, assim, poder alterar seu comportamento.
As personagens de O Primo Basílio podem ser consideradas o protótipo da futilidade, da ociosidade daquela sociedade.

Resumo

Este romance é uma sátira moralizadora dos costumes da burguesia média de Lisboa.

Passado em Lisboa, nesta obra conta-se a história de uma casal – Luisa e Jorge – que vive pacatamente. A acção começa quando Jorge tem que viajar para o Alentejo por motivos profissionais. Durante a ausência do marido, Luisa é inesperadamente surpreendida pela visita de Basílio, seu primo e amigo de infância com quem havia trocado algumas cartas de cariz romântico. Seduzida por este, Luisa acaba por cair em adultério.

Mas, Luisa tinha uma criada, Juliana, que, rancorosa e mesquinha, ao descobrir o segredo dos dois amantes através de uma carta destes, faz chantagem, obrigando a ama a servi-la como se fosse ela a dona da casa, e exigindo pelo seu silêncio uma quantia exorbitante. A pobre senhora sujeitou-se a todas as humilhações mas não tinha tanto dinheiro. Pediu-o a Basílio, mas este, já entediado das relações com Luisa e também sem dinheiro, regressa apressadamente para França.

Com a chegada do marido, a situação complicou-se ainda mais. Luisa começa a ficar doente, abatida e sem apetite, facto que preocupa e indigna Jorge.

Luisa, já desesperada, numa tentativa de solucionar o problema, conta tudo a Sebastião, um amigo de Jorge que, com a ajuda de um polícia seu conhecido, consegue tirar a carta das mãos da criada. Esta, assustada pela inesperada interpelação, sofre um ataque cardíaco e morre. O sucedido, enche de alegria Luisa, que julga ver acabados os seus tormentos.

Mas o destino não quis que assim fosse. Basílio tinha recebido em França uma carta de Luisa a pedir-lhe dinheiro, mais uma vez, à qual decide responder muito tempo depois de a ter recebido. Nela promete enviar a quantia necessária para calar a criada. Todavia, esta carta acaba por ser lida por Jorge que, naturalmente, exige explicações à esposa.
Vendo-se desmascarada, Luisa adoece e não resiste à morte.
Após a sua morte, Jorge abandona a casa onde haviam vivido.
Algum tempo depois, Basílio volta a Lisboa e procura a prima. Ao ver a casa fechada, é informado que esta falecera. Basílio responde com uma indiferença impiedosa à notícia.

Realismo e Naturalismo (Adjavan Carvalho )

Introdução

A poesia do final da década de 1860 já anunciava o fim do Romantismo; Castro Alves, Sousândrade e Tobias Barreto faziam uma poesia romântica na forma e na expressão, mas os temas estavam voltados para uma realidade político-social. O mesmo se pode afirmar de algumas produções do romance romântico, notadamente a de Manuel Antônio de Almeida, Franklin Távora e Visconde de Taunay. Era o pré-realismo que se manifestava.

Na década de 70 surge a chamada Escola de Recife, com Tobias Barreto, Sílvio Romero e outros, aproximando-se das idéias européias ligadas ao Positivismo, ao Evolucionismo e, principalmente, à filosofia alemã. São os ideais do Realismo que encontravam ressonância no conturbado momento histórico pelo Brasil, sob o signo do abolicionismo, do ideal republicano e da crise da Monarquia.

Em 1857, o mesmo ano em que no Brasil era publicado O guarani, de José de Alencar, na França é publicado Madame Bovary, de Gustave Flaubert, considerado o primeiro romance realista da literatura universal. Em 1865, Claude Bernard publica Introdução à medicina experimental, com uma tese sobre a hereditariedade. Em 1867 Émile Zola publica Thérèse Raquin, inaugurando o romance naturalista.

No Brasil considera-se 1881 como o ano inaugural do Realismo. De fato, esse foi um ano fértil para a literatura brasileira, com a publicação de dois romances fundamentais, que  modificaram o curso de nossas  letras: Aluísio Azevedo publica O mulato, o primeiro romance naturalista do Brasil; Machado de Assis publica Memórias póstumas de Brás Cubas, o primeiro romance realista de nossa literatura.

Na divisão tradicional da história da literatura brasileira, o ano considerado data final do Realismo é 1893, com a publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Souza, obras inaugurais do Simbolismo.  No entanto, é importante salientar que 1893 registra o início do Simbolismo, mas não o término do Realismo e suas manifestações na prosa, com os romances realistas e naturalistas, e na poesia, com o Parnasianismo.  Basta lembrar que Dom Casmurro, de Machado de Assis, é de 1900; Esaú e Jacó, do mesmo autor, é de 1904. Olavo Bilac foi eleito “príncipe dos poetas” em 1907.  A Academia Brasileira de Letras, templo do Realismo, é de 1897.  Na realidade, nos últimos vinte anos do século XIX e nos primeiros vinte anos do século XX, temos três estéticas que se desenvolvem paralelas: o Realismo e suas manifestações, o Simbolismo e o Pré-Modernismo, que só conhecem o golpe fatal em 1922, com a Semana de Arte Moderna.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Português - Realismo - Contexto Histórico ( Jamile Oliveira)

Realismo – Autores, Livros, Obras e Características.( Jamile Oliveira)





                 Realismo – Autores, Livros, Obras e Características.
Realismo - Obras e Autores
Realismo  foi uma escola literária que combatia os ideais românticos. O surgimento ocorreu enquanto o mundo vivenciava o nascimento do socialismo e da segunda Revolução Industrial.
Realismo em Portugal  teve como marco inicial a Questão Coimbrã (1865), quando se defrontam, de um lado, os jovens estudantes de Coimbra, atentos às novas idéias que vinham da França, Inglaterra e Alemanha e, de outro, os velhos românticos de Lisboa.
O Realismo foi inaugurado em 1881 no Brasil. Nesse ano duas obras se destacaram: O mulato, de Aluísio de Azevedo, e Memórias póstumas de Brás Cuba, de Machado de Assis.
Características do Realismo.
O objetivismo aparece como negação do subjetivismo romântico; o universalismo ocupa o lugar do personalismo. O sentimentalismo cede terreno ao materialismo. O Realismo se preocupava apenas com o presente, com o contemporâneo.
Com o desenvolvimento das ciências, muitos autores foram influenciados no século XIX, principalmente os naturalistas, donde se pode falar em cientificismo nas obras desse período.
Os autores realistas são antimonárquicos e negam a burguesia.
Realismo é uma denominação genérica de uma escola literária que abrange as seguintes tendências:
Romance realista – Narrativa voltada para a análise psicológica e que critica a sociedade e partir do comportamento de determinados personagens, em geral, capitalistas. O romance realista tem caráter documental, sendo o retrato de uma época.
Romance naturalista - Marcada pela vigorosa análise social a partir de grupos humanos marginalizados, em que se valoriza o coletivo. O naturalismo apresenta romances experimentais.
Autores
Machado de Assis – Se destacou como romancista realista. Apesar de ter escrevido obras romancistas,  como RessurreiçãoA mão e a luvaHelena e Iaiá Garcia.
Algumas obras realistas de Machado de Assis: Memórias póstumas de Brás Cubas,Quincas Borba e Dom Casmurro.
Aluísio de Azevedo  – Escreveu alguns romances românticos, os quais chamou de “comerciais”, pois eram os que mais vendiam. Mas suas maiores obras foram os romances naturalistas, como O mulatoCasa de pensão e O cortiço.
Postado: Jamile Oliveira

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Escritores do Realismo Português

Cesário Verde

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O poeta português José Joaquim Cesário Verde  nasceu em Lisboa no dia 25 de fevereiro de 1855. Conhecido por seus dois últimos nomes, ele é visto como um dos predecessores  e grande influência do estilo poético realizado no século XX em Portugal.
Cesário Verde teve uma origem humilde, era filho de um comerciante e agricultor chamado José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde. Em 1873, inicia seus estudos acadêmicos no Curso Superior de Letras, mas frequenta as aulas por apenas alguns meses. Neste período, acaba conhecendo um amigo que levaria para o resto da vida, Silva Pinto, também português e escritor. Naquela época, as atividades de Cesário eram produzir muitas poesias, que acabavam sendo publicadas em periódicos, além de trabalhar no comércio, ofício que herdara de seu pai.
tuberculose  foi uma maldição na vida de Cesário Verde. Após perder a irmã e o pai para esta doença, o poeta começa a ter sintomas da enfermidade em 1877. Apesar da tristeza que tudo isso lhe causava, o mal lhe serviu de inspiração para a produção de um de seus mais belos poemas, “Nós”, de 1884.
“Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas
(Até então nós só tivéramos sarampo),
Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas
Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo!”
(trecho da poesia “Nós”)
Cesário Verde não conseguiu escapar da doença e faleceu aos 30 anos, em dezenove de julho de 1886. Silva Pinto, em sua homenagem, organizou uma compilação com a poesia do amigo, que chamou de “O Livro de Cesário Verde”. Em 1901 este livro foi publicado.
Na poesia de Cesário Verde, alguns temas predominantes são o campo e a cidade. Seu estilo era delicado, com emprego de artifícios impressionistas e uma sensibilidade dificilmente vista no meio literário. A forma de expressão utilizada era mais natural, pois o poeta evitava o lirismo clássico.
As características mais importantes encontradas na análise de sua obra são imagens muito visuais que tinham o objetivo de dimensionar a realidade do mundo, a mistura do moral com o físico, a combinação de sensações, comparações, metáforas, sinestesias, versos decassílabos e quadras.
Um tema recorrente nas poesias de Cesário Verde é a mulher. Ele nos apresenta dois tipos femininos, sempre atrelados aos locais em que ambienta seus versos. Na cidade, cria uma mulher calculista, madura, frívola, fria, autodestrutiva e dominadora. Em sua representação do campo, o poeta monta arquétipos de mulheres pobres, feias, doentes, esforçadas e trabalhadoras.



Fialho de Almeida

Vida pessoal e formação

Fialho de Almeida nasceu em Vila de Frades no dia 7 de Maio de 1857, filho de um mestre-escola.
Realizou os estudos secundários num colégio de Lisboa, entre 1866 e 1871; empregou-se numa farmácia, e formou-se em Medicina, entre 1878 e 1885. Em 1893 voltou à sua terra natal, aonde desposou uma senhora abastada, que faleceu logo no ano seguinte.
Fialho de Almeida faleceu a 4 de Março de 1911, na localidade de Cuba , aonde foi sepultado.

Carreira profissional e artística

No entanto, não seguiu a carreira profissional, tendo-se dedicado ao jornalismo e à literatura. 
Tornou-se lavrador em Cuba, mas continuou a publicar artigos para jornais, e a escrever vários contos e crônicas.
Entre as suas obras mais notáveis, encontram-se os cadernos periódicos Os Gatos, redigidos entre 1889 e 1894, que seguiram a mesma linha crítica d' As Farpas, de Ramalho Urtigão.
A sua carreira literária foi pautada por um estilo muito irregular, baseado no naturalismo; inspirou-se, principalmente, nas sensações reais, mórbidas e grosseiras, com temas repartidos entre os cenários urbanos e campestres.
O seu estilo adaptou, nos finais do Século XIX, um espírito mais decadente, em concordância com os ideais em voga nessa época.
Fialho de Almeida colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente nos jornais humorísticos Pontos nos ii (1885-1891) e A Comédia Portuguesa (fundado em 1888) , e também nas revistas O Pantheon (1880-1881), Ribaltas e gambiarras (1881), Branco e Negro (1885-1891), Brasil-Portugal (1899-1914), Serões (1901-1911).

Obras

Contos (1881)
A cidade do Vício (1882)
Os Gatos (1889-1894)
Lisboa Galante (1890)
O País das Uvas (1893)
Galiza (1905)
Saibam Quantos... (1912) Cartas e artigos políticos
Aves Migradoras (1914).


Escritores do Realismo Português 

movimento realista  está atento à autenticidade dos acontecimentos e à consistência do real. Ele nasce na França, em 1857, como uma resposta ao excessivo subjetivismo dos românticos e ao constante cultivo da utopia. Seu marco inicial foi a publicação do clássico Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Entre os portugueses esta escola tem início com a controvérsia entre seus adeptos e os integrantes do Romantismo; esta querela se tornou famosa como a Questão Coimbrã. Ela implica em um debate acalorado entre António Feliciano de Castilho, autor do posfácio para a obra Poema da Mocidade, criada por Pinheiro Chagas, e o poeta Antero de Quental, o qual recrimina seu antagonista e intercede a favor do ideal do realismo no livreto Bom senso e bom gosto. Antero advogou a causa da responsabilidade social da poesia, enquanto Cesário Verde procurou imprimir a sua poesia a naturalidade, recurso que destaca o discurso consistente e o coloquialismo. Eça de Queiróz, na prosa, criou narrativas nas quais estão ostensivamente presentes o determinismo e os elementos impressionistas. Com estes instrumentos o autor tece críticas à classe burguesa e à Igreja.

Autores e Obras do Realismo Português

  • Eça de Queiroz: O Crime do Padre Amaro; O Primo Basílio; O Mandarim; A Relíquia; Os Maias; A Ilustre Casa de Ramires; Correspondência de Fradique Mendes; A Cidade e as Serras; A Tragédia da Rua das Flores.
  • Antero de QuentalSonetos de Antero; Beatrice e Fiat Lux; Primaveras Românticas; Odes Modernas; Bom Senso e Bom Gosto; Sonetos Completos; Raios de Extinta Luz; Prosas.
  • Cesário Verde: A Débil; A Forca; Cadências Tristes; Deslumbramentos; Em Petiz; Flores Velhas; Heroísmos; Ironias do Desgosto; Lágrimas; Merina; Noite Fechada; O Sentimento dum Ocidental; Provincianas; Responso; Setentrional; Vaidosa.
  • Fialho de Almeida: A cidade do vício; O país das uvas; Contos.
  • Guerra Junqueiro: A musa em férias; Os simples; A velhice do Padre Eterno.
  • Gomes Leal:  Claridades do sul; O anti- Cristo; O fim do mundo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

                                                        Vídeo aula sobre O Realismo em Portugal .







Publicado por : Christine Brito

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Principais autores do Realismo de Portugal (Renata)


José Maria Eça de Queiroz 1845-1900
José Maria Eça de Queirós , nasceu em Póvoa do Varzim 1845. Passou a infância e juventude longe dos pais pois estes não eram casados. Estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra” , Responsável pela introdução do Realismo em Portugal. 
Eça não participou diretamente da “Questão Coimbra” - 1865 - , a polêmica em que jovens defensores de novas idéias literárias , artísticas e filosóficas liderados por Antero de Quental , se defrontaram com os velhos românticos , ultrapassados e conservadores , liderados por Visconde de Castilho. 


Dedicou-se ao jornalismo depois de formado , e viajou pelo Oriente. Em 1871, participou das “Conferências Democráticas do Cassino Lisbonense” – nova etapa da campanha que implantou em Portugal as novas perspectivas culturais do Realismo falando sobre o “Realismo como nova expressão da arte”. 

Eça de Queirós e o representante maior da prosa realista em Portugal. Grande renovador do romance , abandonou a linha romântica , e estabeleceu uma visão critica da realidade. Afastou-se do estilo clássico , que pendurou por muito tempo na obra de diversos autores românticos , deu a frase uma maior simplicidade , mudando a sintaxe e inovando na combinação das palavras. Evitou a retórica tradicional e os lugares comuns , criou novas formas de dizer , introduziu neologismos e, principalmente utilizou o adjetivo de maneira inédita e expressiva. Este novo estilo só teve antecessor em Almeida Garrett e valeu a Eça a acusação de galicismo e estabeleceu os fundamentos da prosa moderna da Língua Portuguesa. Enfim , no dia 16 de Agosto de 1900 Eça morre em Paris. Deixava um episódio literário que veio a ser publicado aos poucos.

OBRAS:

O Crime do Padre Amaro , 1876. Segunda edição refundida , 1880. 
O Primo Basílio , 1878. 
O Mandarim , 1880. 
A Relíquia , 1887. 
Os Maias , 1888. 
Uma Campanha Alegre , 1890 e 1891. 
A Ilustre Casa de Ramires , 1900. 
Correspondência de Fradique Mendes , 1900. 
Dicionário de Milagres , 1900. 
A Cidade e as Serras , 1901. Contos , 1902. 
Prosas Bárbaras , 1903. Cartas de Inglaterra , 1905. 
Ecos de Paris , 1905. 
Cartas Familiares e Bilhetes de Paris (1893 – 1896) , 1907. 
Notas Contemporâneas , 1909. 
A Capital , 1925. 
O Conde de Abranhos e A Catástrofe , 1925. 
Correspondência , 1925. 
Alves & Cia , 1926. 
O Egito , 1926. 
Cartas Inéditas de Fradique Mendes e Mais Páginas Esquecidas , 1929. 
Novas Cartas Inéditas de Eça de Queirós , 1940. 
Crônicas de Londres , 1944. 
Cartas de Lisboa , Correspondência do Reino , 1944. 
Cartas de Eça de Queirós , 1945. 
A Tragédia da Rua das Flores , 1980. 


Antero de Quental 1842-1891
Antero Tarquínio de Quental nasceu na Ilha de São Miguel, Açores, durante a sua vida, Antero de Quental dedicou-se à poesia, à filosofia e à política. Iniciou seus estudos na cidade natal, mudando para Coimbra aos 16 anos, ali estudando Direito e manifestando as primeiras ideias socialistas. Fundou em Coimbra a Sociedade do Raio, que pretendia renovar o país pela literatura.

Em 1861, publicou seus primeiros sonetos. Quatro anos depois, publicou as Odes Modernas, influenciadas pelo socialismo experimental de Proudhon, enaltecendo a revolução. Nesse mesmo ano iniciou a Questão Coimbrã, em que Antero e outros poetas foram atacados por Antônio Feliciano de Castilho, por instigarem a revolução intelectual. Como resposta, Antero publicou os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto, carta ao Exmo. Sr. Antônio Feliciano de Castilho, e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais.

Ainda em 1866 foi viver em Lisboa, onde experimentou a vida de operário, trabalhando como tipógrafo, profissão que exerceu também em Paris, entre janeiro e fevereiro de 1867.

Em 1868 regressou a Lisboa, onde formou o Cenáculo, de que fizeram parte, entre outros, Eça de Queirós, Abílio de Guerra Junqueiro e Ramalho Ortigão.

Foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. Em 1869, fundou o jornal A República, com Oliveira Martins, e em 1872, juntamente com José Fontana, passou a editar a revista O Pensamento Social.

Em 1873 herdou uma quantia considerável de dinheiro, o que lhe permitiu viver dos rendimentos dessa fortuna. Em 1874, com tuberculose, descansou por um ano, mas em 1875, fez a reedição das Odes Modernas.

Em 1879 mudou-se para o Porto, e em 1886 publicou aquela que é considerada pelos críticos como sua melhor obra poética, Sonetos Completos, com características autobiográficas e simbolistas.

Em 1880, adaptou as duas filhas do seu amigo, Germano Meireles, que falecera em 1877. Em Setembro de 1881 foi, por razões de saúde, e a conselho do seu médico, viver em Vila do Conde, onde fixou residência até Maio de 1891, com pequenos intervalos nos Açores e em Lisboa. O período em Vila do Conde foi considerado pelo poeta o melhor período da sua vida: "Aqui as praias são amplas e belas, e por elas me passeio ou me estendo ao sol com a voluptuosidade que só conhecem os poetas e os lagartos adoradores da luz." 

Em 1886 foram publicados os Sonetos Completos, coligidos e prefaciados por Oliveira Martins. Entre Março e Outubro de 1887, permaneceu nos Açores, voltando depois a Vila do Conde. Devido à sua estadia em Vila do Conde, foi criada nesta cidade, em 1995, o "Centro de Estudos Anterianos"

Em 1890, devido à reação nacional contra o ultimato inglês, de 11 de Janeiro, aceitou presidir à Liga Patriótica do Norte, mas a existência da Liga foi efémera. Quando regressou a Lisboa, em Maio de 1891, instalou-se em casa da irmã, Ana de Quental. Portador de Transtorno Bipolar, nesse momento o seu estado de depressão era permanente. Após um mês, em Junho de 1891, regressou a Ponta Delgada, suicidando-se no dia 11 de Setembro de 1891, com dois tiros na boca, disparados num banco de jardim. 

OBRAS:
Sonetos de Antero, 1861 
Beatrice e Fiat Lux, 1863 
Odes Modernas, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã). Reeditadas em 1875. 
Bom Senso e Bom Gosto, 1865 (opúsculos) 
A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, 1865 (na origem da polémica Questão Coimbrã) 
Defesa da Carta Encíclica de Sua Santidade Pio IX, 1865 
Portugal perante a Revolução de Espanha 1868 
Primaveras Românticas, 1872 
Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa, 1872 
A Poesia na Actualidade, 1881 
Sonetos Completos, 1886 
A Filosofia da Natureza dos Naturistas, 1886 
Tendências Gerais da filosofia na Segunda Metade do Século XIX, 1890 
Raios de extinta luz, 1892 

Prosas 

Publicado por: Renata Pinto